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Envelhecimento e desigualdades sociais.

  • Foto do escritor: Beatriz Pontes
    Beatriz Pontes
  • 11 de jun.
  • 2 min de leitura

Crédito da imagem: Agnaldo Dias Correia.
Crédito da imagem: Agnaldo Dias Correia.

De que maneira as condições socioeconômicas moldam o envelhecimento? É essa a reflexão que o documentário “O Envelhecer de Cada Um” procura trazer, através de entrevistas com pessoas idosas dos mais diversos estratos sociais.


O filme estreia no dia 05 de junho, às 9 horas, no Teatro da Faculdade de Medicina da USP, por ocasião do “Encontro Brasil – Reino Unido de Envelhecimento Saudável e Desigualdades”. O documentário também ficará disponível no canal da FMUSP no Youtube.


Com 30 minutos, o filme traz 11 entrevistados para discutir o que é o bom envelhecimento. A obra foi concebida no contexto de uma pesquisa sobre envelhecimento saudável e desigualdades sociais, realizado numa parceria entre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e a Universidade de Newcastle, no Reino Unido. O projeto é liderado por Claudia Kimie Suemoto, professora associada da disciplina de geriatria da FMUSP e pesquisadora do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil).


Esta parceria entre a FMUSP e Universidade de Newcastle é inovadora, não apenas pelo tema, mas na sua forma de apresentação dos resultados. Além dos dados tradicionais de pesquisa científica sobre a relação entre envelhecimento saudável e as desigualdades socioeconômicas, houve a requisição para produção de um curta metragem abordando o tema. Isto é totalmente fora da rotina de uma pesquisa da FMUSP”, explicou o geriatra Marcel Hiratsuka, membro da equipe de pesquisa e um dos roteiristas do filme. “Qualifico como uma ação pioneira, que amplia a abrangência do debate científico em nossa sociedade.


Entre os personagens do filme incluem-se desde um pessoas idosas em situação de rua, residentes da periferia de São Paulo e até uma última moradora de uma vila em extinção. As histórias mostram que, ao mesmo tempo que o envelhecimento saudável é dependente das condições econômicas, mas também é altamente individual. Ou seja, apenas o status econômico não define, por si só, o que a pessoa considera com uma velhice de qualidade.


Uma das principais dificuldades foi selecionar os personagens. Havia tantos caminhos a seguir e tantas histórias incríveis que poderiam ser contadas! Mas creio que conseguimos criar um filme representativo, que nos leva a pensar sobre as muitas formas de envelhecer e o que está envolvido nesse processo”, disse Lilian Liang, jornalista e uma das produtoras do documentário.


O documentário também traz depoimentos de representantes de minorias ou grupos historicamente marginalizados, tais como mulheres, pessoas negras, PCD, pessoas LGBTQIAPN+. Alvo de desigualdades impostas pela sociedade, essas populações muitas vezes acabam sofrendo preconceito duplo quando cruzam a linha dos 60 anos.


Captamos as histórias de 11 pessoas de diferentes classes sociais dentro de um processo muito enxuto, que exigiu cuidado em cada etapa — desde encontrar os personagens certos até filmar de forma sensível. Na montagem, o grande desafio foi condensar a riqueza de cada relato em cerca de dois minutos, sem perder a essência do que cada pessoa tinha a dizer”, destacou o diretor Gabriel Martinez, que há dez anos explora a temática do envelhecimento em seus filmes.


O entrevistado mais novo tem 64 anos e a mais velha, 98 anos. Com exceção de uma, todas as entrevistas foram gravadas na cidade de São Paulo. Fotos do evento já disponíveis, clique aqui para visualizar.

 
 
 

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